sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Você tem que ser o tipo de pessoa que é feliz.



"Você tem que ser o tipo de pessoa que é feliz."
Aleska Lemos

Outro dia nas minhas infindáveis conversas com as Aleska ela me soltou a frase titulo do texto. Anotei para não esquecer.

Hoje larguei cedo do trabalho e decidi fazer um caminho diferente do habitual e quando fiz a curva e comecei a descer a ladeira essa visão do por do Sol bateu em mim em cheio quase cegante. Após o susto visual, me sentir banhada pelo sol dos trópicos, me obriguei a para e clicar esse celestial girassol pois me senti feliz e quis guardar a memória desse momento de felicidade.

O entardecer tem sido o meu momento favorito do dia... o calor diminui um pouco, as pessoas parecem menos agitadas, o céu adquire aquele colorido, o sol da seu espetáculo e a vida parece ser uma coisa possível de ser vivida, até a felicidade parece alcançável.

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Devaneios de fim de férias....


Fazia um bom tempo que eu não tinha um período de férias tão longo quando o desse ano e de muitas formas eu pude aproveitar para ler, dormir, encontrar amigos e avaliar minha vida e minhas possibilidades.

A pior parte foi avaliar minha vida e minhas possibilidades... Tendo a refletir demais sobre as coisas, pesar prós e contra, colocar tudo pelo avesso, de cabeça para baixo e amarrotar as dobras das possibilidades... Sou um saco de ser humano!

A melhor parte foi vaguear pela cidade com pessoas amadas. Lembrei muito daquela fala escrita pelo Tolkien: "Nem todos os que vagueiam estão perdidos.", embora, para ser bem honesta, na maior parte das vezes, ao longo da minha vida, eu me senti muito perdida, muito naufraga e vagante kkkk...


Eu mal aprendi a boiar nesse mar de angustia e a vida já me cobra a habilidade de nadar enquanto o meu maior desejo é aprender a voar. Ainda tenho inveja das pipas empinadas pelas crianças e adolescentes de meu bairro. Elas voam alto em meio a um céu azul enquanto eu estou aqui tendo que me virar na superfície.


Quem me dera poder trocar meus ossos por uma armação feita com aquele pauzinho finíssimo tirado da palha de coqueiro, minha carne por papel de seda colorido e fazer do meu cabelo linha de algodão sem cerol. Eu voaria pelo céu da zona norte dessa cidade estranha e ficaria acima das pessoas e das casas indo muito além da curva. Caso alguém cortasse a linha responsável por prender meu destino ao chão eu arranjaria um jeito de encontrar uma brecha no espaço e no tempo para voar até outro multiverso e nesse universo quem sabe os barcos navegassem no ar e entre as nuvens e eu poderia então voltar a ser gente de carne, osso e cabelo e desbravar os ares.

Sei que estou sonhando acordada, quase delirando para ser mais exata, mas andei olhando o céu de cima da lajem de casa e as cores do entardecer e esse exercício só da nisso... Confesso que também rolou uma visita ao Museu Cais do Sertão no centro do Recife e talvez eu tenha ficado tempo demais olhando um certo barco de metal.



Perdão por está sonhando acordada enquanto escrevo, mas é minha ultima noite antes de voltar a encarar minha profissão e suas particularidades. E em mim se misturam medo e ansiedade pelas coisas e pessoas com as quais irei cruzar. Peço proteção a Deus, respiro fundo e sigo adiante por falta de opção e obstinação pura, mas também penso e sonho com outros mundos e outras possibilidades enquanto espero pela passagem das horas.

Diferente do meu corpo que não pode se transformar em paleta, seda colorida e linha de algodão, minha mente conhece os mistérios do voo e é livre para alcar as alturas que deseja. As vezes meus dedos acompanham esse voo e precisam registrar para que todo meu sistema aguente o processo de enfrentamento da realidade cotidiana.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

HQ Histórias Paulistanas [Divulgação]

Não é bem do meu costume fazer esse tipo de divulgação por aqui, mas eu amo São Paulo. A cidade não vive exatamente um bom momento, mas algo me diz que ela sobreviverá pois nesse tipo de cidade há uma força que transcende e um desejo de sobreviver a Invernos, Verões, Dragões, Tigres e administradores pavorosos.... Então quando recebi um e-mail falando de "Histórias Paulistanas" senti o impulso de trazer ele para cá como forma de homenagear essa cidade incrível.

HISTÓRIAS PAULISTANAS

Com roteiro de Lica de Souza e desenhos e cores de Flávio Luiz, HQ mostra a vida em São Paulo pelo olhar de personagens de diferentes vivências.

Às vezes amarga às vezes doce, solidária, agressiva, mas jamais indiferente. Essa é vida em São Paulo. Um dos vencedoras do PROaC 2015, Programa de incentivo à cultura do Governo do Estado de SP, o HQ Histórias Paulistanas tem seu foco nas relações humanas, sempre difíceis e ricas em conflitos na maior cidade do Brasil.

Crítico mas sem perder o olhar de ternura pela metrópole, Histórias Paulistanas conta histórias que passeiam pela capital paulista sem cair no lugar comum. Os personagens se cruzam de forma tangencial, tendo como ponto de partida um edifício. A partir daí, somos então convidados a acompanhar um final de semana comum deste prédio - onde algumas personagens moram e outras trabalham - dois dias que mudam de forma definitiva seus destinos. Com suas filas, moradias distantes, engarrafamentos, protestos e greves, a cidade e sua pluralidade atuam como um organismo vivo na vida de cada indivíduo que permeia esses enredos.


AS HISTÓRIAS

Cada história tem um título que remete a locais conhecidos por quem vive em São Paulo: Clube, Praça, Play e Rua - cada uma delas, desenvolvendo a narrativa de um núcleo diferente de personagens.

Clube

Acompanhamos o final de semana de folga de Ednéia. A grande quantidade de conduções que pega para se deslocar para casa, em Parelheiros, o trabalho que prossegue em seu descanso, e seu filho cheio de vida que deseja se divertir em um clube popular.


Praça

A solidão da velhice, a indiferença dos jovens, a balbúrdia da cidade que não é mais compreendida: vemos um passeio na praça em uma tarde de domingo pelos olhos de um solitário velhinho. 

Play

Após uma dura separação na infância, Alice e Paulo se encontram no auge da juventude. As afinidades e o amor renascem com tudo enquanto eles caminham pela madrugada de São Paulo e tentam restabelecer os vínculos do passado.

Rua

Um casal de migrantes enfrenta o transporte público para encontrar uma maternidade em meio a uma greve de hospitais e postos de saúde. Prestes a dar à luz, eles acabam em meio ao conflito de uma grande passeata. 


AUTORES



Donos da editora Papel A2 Texto & Arte, Lica de Souza e Flávio Luiz trabalham novamente juntos em Histórias Paulistanas, depois de publicar em 2015 a HQ 3 histórias de terror e uma nem tanto, uma compilação de histórias curtas publicadas anteriormente.

Com trinta anos de experiência em produção cultural e produção gráfica, Lica se dedica atualmente a impulsionar sua produtora cultural e editora, produzindo cursos e projetos. Também ministra cursos de filosofia e produção gráfica. Para o grande público, também escreve sobre Filosofia, Comportamento, Mobilidade e Inclusão em seu blog (www.licadesouzablog.wordpress.com.br).

Flávio Luiz é autor de Aú, O Capoeirista, O Cabra (HQMix 2010), Jayne Mastodonte (HQMix 1999), Rota 66 e Aú o capoeirista e o fantasma do farol (HQMix 2014). Premiado nas categorias Cartoon (1994) e Charge (2000) pelo Salão Internacional de Humor de Piracicaba, também participou de diversos salões de humor no Brasil e exterior. No mercado, trabalhou como ilustrador da agencia África, em São Paulo, e hoje atua como freelancer e cuida de perto de suas publicações. www.flavioluiz.net

FICHA TÉCNICA

Histórias paulistanas
Roteiro: Lica de Souza
Desenhos e Cores: Flávio Luiz
Vencedor do PROAC 2015
Formato 17x26 cm
Brochura
Preço de capa: R$ 46,00
Editora: Papel A2 Texto & Arte

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Palarva: poesia visual e sonora de Paulo Bruscky


Paulo Roberto Barbosa Bruscky é um artista multimídia, poeta que durante a década de 1960 iniciou uma vasta e curiosa pesquisa no campo da arte conceitual. Eu não tinha a minima ideia de quem seria Paulo Bruscky, nunca tinha ouvido falar dele até o dia no qual marquei com meus amigos um encontro no centro da cidade, eles se atrasaram, resolvi entrar no Espaço Caixa Cultural.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O mágico de Oz de L. Frank Baum


Eu lembro das circunstancias nas quais "O mágico de Oz" me foi apresentado. Foi em uma apresentação de trabalho na escola durante o 2º ano do Ensino Médio. Uma das minha colegas de turma leu e apresentou a sala a leitura em uma tarde assim como essa, em pé no lado direito da sala. A apresentação foi legal, eu fiquei com vontade de ler o livro, li, o tempo passou e de repente senti vontade de  caminhar novamente pela estrada de tijolos amarelos com Dorothy, o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão Covarde. Foi como se Oz estivesse me chamando de volta e eu voltei!


Foi maravilhoso encontrar novamente a Dorothy e o seu cachorrinho Totó e viver com ela sua jornada mágica na Terra de Oz onde espantalhos ganham vida, leões falam e homens feitos de carne e sangue podem se transformar em homens de lata... Uma terra na qual não existem fadas, apenas bruxas que podem ser boas ou más, mas sempre são poderosas e o único mago é um farsante, não por escolha própria, mas por imposição cultural, afinal as pessoas pedem a Oz o impossível e como conseguir o impossível sem um pouco de imaginação e muito de farsa?!?!

Toda a história de Dorothy e do seu cachorro Totó começa quando um tufão arranca a casa na qual ela vive com tia sua amada tia Em e seu tio Henry no meio do Texas e a leva para a Terra de Oz onde ela aterriza em cima de uma bruxa má da qual só sobra um par de sapatos prateados que passa a pertencer a menina. Depois disso começa sua jornada, ninguém sabe como ela pode voltar para casa, então dizem a ela para procurar o "Grande e Terrível Mágico Oz" na maravilhosa "Cidade das Esmeraldas" na qual ela vai chegar se caminha pela estrada de tijolos amarelos.


Sem muita demora a menina se arruma e se lança em sua aventura e vai ao longo do caminho encontrando os seus lendários companheiros de caminhada:

O Espantalho que deseja desesperadamente um cérebro com o qual possa pensar!


O Homem de Lata, que deseja desesperadamente um coração com o qual possa amar!


E um Leão medroso que deseja desesperadamente uma dose de coragem com a qual possa enfrentar a vida na selva com os outros animais sem está continuamente os espantando.


Juntos eles vão caminhando pela estrada e enfrentando os desafios oferecidos por ela como: buracos, rios, precipícios, plantas venenosas. Fica claro que sozinho nenhum dos cinco conseguiria ir muito longe, mas juntos eles conseguem vencer os desafios impostos pela natureza e por incrível que pareça o Espantalho demonstra ser bem inteligente, o Homem de Lata ter um coração imenso e o Leão uma incrível capacidade de enfrentar seus medos quando precisa ajudar seus amigos.


Quem não prometia nada e subestimava suas habilidades mostra-se capaz de enfrentar e vencer desafios, já quem prometia muito como o Poderoso Mágico Oz... Bem, não vou dar spoilers, vai que alguém ainda não leu.

Sobre o autor, preciso dizer que L. Frank Baum em um segunda leitura se mostrou ainda melhor que na primeira. O seu texto é claro, descritivo e mágico, ele nos leva para esse outro mundo mágico e nos prende. Também é encantador perceber o quanto o texto não é pedagogizante. Tudo em "O mágico de Oz" é lúdico e se a história de Dorothy, Totó, Espantalho, Homem de Lata e Leão Covarde tem uma lição para os leitores isso quem ler vai descobrir sozinho, através de sua capacidade de interpretar o texto.

Talvez um dos motivos pelos quais esse livro se tornou um clássico infantil seja o fato de que o autor não comete o crime literário de duvidar da capacidade infantil de compreender as entrelinhas. E como há entrelinhas no texto de Frank Baum! 

"O magico de Oz" me convidou a pensar como costumamos duvidar da nossa capacidade, como muitas vezes esperamos encontrar em alguém ou algo uma resposta que já existe em nós... Também me lembrou que amizade é algo que se constrói enquanto caminhamos e algumas permanecem apenas por alguns instantes e outras pela jornada inteira. Me fez pensar que de vez em quando é normal sair da estrada, adormecer no caminho, se perder, mas nesses momentos, caso a gente queira voltar para casa, é preciso voltar a estrada e seguir até a Cidade das Esmeraldas e além dela. Não por acaso existe adaptações e mais adaptações desses clássico.


Adoro o musical de de 1939, Judy Garland, Frank Morgan, Ray Bolger, Jack Haley, Bert Lahr, Billie Burke e Margaret Hamilton. Não canso de rever e me encantar com as músicas e de me sentir arrebatada pela interpretação dos atores. A hq publicada pela Editora Farol também é bem fofa, uma adaptação bem fiel a obra original.

Ah, antes que esqueça, preciso dizer que amei ler edição de bolso da Zahar, ela é pequena, cabe na minha mão direitinho e tem as ilustrações originais... me deu uma sensação de ter voltado no tempo...