sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Especial CLAMP 2: Tokyo Babylon e as paixões impossíveis...

Tokyo Babylon conta a relação de amor e amizade de Subaru Sumeragi com sua irmã Hokuto Sumeragi e com seu amigo Seishirou Sakurazuka. Subaru, o principal herdeiro de uma família de exorcistas, é um jovem com ideais de justiça e solidariedade. Ele vive em uma Tóquio decadente de valores morais, onde as pessoas não conseguem mais comunicar os seus sentimentos, como se vivessem em uma torre de babel. Explicando assim a menção a cidade da babilônia do título.

Em relação a personalidade de Subaru, ele é doce, atencioso e preocupado com todas as pessoas a sua volta, mas não da maneira que um rapaz normalmente seria. Subaru possui na verdade sentimentos e atitudes que só uma mulher poderia ter. Subaru possui uma verdadeira alma feminina.

Vemos aqui então a principal explicação do que é o yaoi. Ao criarem o gênero yaoi, as mulheres mangakás procuraram utilizar casais masculinos apenas como uma forma estilística. Em uma relação yaoi, o primeiro elemento do casal é sempre doce, tímido e com uma alma feminina e o segundo elemento é sempre um homem que poderia estar normalmente em uma relação "homem e mulher". Ao se identificar com as tramas amorosas do gênero yaoi, o público feminino passa a se reconhecer de verdade nos casais do yaoi.

A irmã de Subaru, Hokuto, incentiva a união de Subaru e Seishirou como um casal. E após Subaru ser salvo várias vezes por Seishirou, ele finalmente compreende que está apaixonado por Seishirou. Tokyo Babylon termina com a irmã de Subaru, Hokuto, sendo assassinada por Seishirou, ao oferecer a vida dela para proteger o irmão. Essa tragédia marca a separação do casal Subaru e Seishirou, mostrando assim um dos temas que é mais importante para a CLAMP, o das paixões e amores impossíveis.


Subaru e Seishirou voltam a se reencontrar alguns anos depois, em um outro trabalho da CLAMP, o mangá X/1999. Dessa vez em lados opostos, Subaru e Seishirou travam uma batalha de vida ou morte, em um relacionamento cheio de amor e ódio.


X/1999 termina com a luta final de Subaru e Seishirou, em que Seishirou escolhe conscientemente a morte ao aceitar os efeitos da última magia da irmã de Subaru, Hokuto. Em seus últimos instantes de vida, Hokuto desejou que seu irmão Subaru, não morresse da mesma maneira que ela morreu.


Ao dar o seu último suspiro nos braços de Subaru, Seishirou sussurra para Subaru algumas palavras das quais só podemos entender: "Subaru-kun, eu... você...". Ao escutar as últimas palavras de Seishirou, Subaru entra em profunda agonia e desespero. Ao nos emocionarmos com essa cena, passamos a ter certeza de que as últimas palavras de Seishirou para Subaru foram: "Subaru-kun, eu amo você...". Mostrando assim um outro tema que é muito importante para a CLAMP, o dos amores e paixões que terminam em tragédia.

Vemos aqui todo o talento das mangakás da CLAMP em emocionar o leitor através de estórias tristes e sentimentais.

Sidney, Ja
Continua...

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Especial CLAMP 1: Quem são elas!

Durante o período Heian, de 794 a 1185, o budismo, o taoismo e outras influências chinesas atingiram o seu ponto máximo na cultura japonesa. Apenas os homens aprendiam o chinês, língua então considerada superior. Coube então as mulheres da época criarem um novo estilo de literatura e poesia em língua japonesa.

Durante os anos 1970, mangakás mulheres criaram um novo estilo de mangá chamado yaoi, como uma forma de protesto a visão machista contida nos mangás da época, permitindo assim que elas pudessem expressar livremente suas idéias.

O yaoi é um gênero de mangá em que as relações amorosas entre dois homens é sempre o foco principal da estória. Um fato notável é que a maior parte do público consumidor do gênero yaoi são as mulheres.

O objetivo deste breve ensaio é falar sobre a grandeza e importância da CLAMP, mas porque então começar explicando o que é o yaoi? É porque para entender todo o sentido da obra da CLAMP, é preciso entender muito bem o conceito do que é o yaoi.

A CLAMP é um grupo de mangakás formado por quatro mulheres: Ageha Ohkawa, Mokona, Tsubaki Nekoi e Satsuki Igarashi. Quando eram ainda estudantes, elas produziram os seus primeiros doujinshis, mangás não oficiais com paródias de personagens famosos, e a maior parte desse material era do gênero yaoi.


Neste ensaio analisarei as obras mais importantes da CLAMP, para assim poder explicar as idéias e os conceitos que se encontram nos mangás criados pela CLAMP.


Continua..
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E assim começa a sequencia de postagens especiais sobre a Clamp, espero as pessoas gostem!

E sim, tem gente que se surpreende porque apesar da minha orientação religiosa eu não sofro de preconceito crônico em relação a homoafetividade. Gente, eu cresci assistindo a CLAMP, ou aprendia a respeitar os sentimentos alheios ou aprendia néh?!?!

Não tinha como eu me tornar uma pessoa homofóbica!!!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O livro que colecionou lembranças...



"Quando se leva um livro numa viagem... acontece uma coisa estranha: o livro começa a colecionar lembranças. Depois basta abri-lo, e você já está de novo no lugar onde leu. Tudo volta, já nas primeiras palavras: as imagens, os cheiros, o sorvete que você tomou enquanto lia... Acredite, os livros são como papel pega-moscas. Não existe nada melhor para grudar lembranças do que páginas impressas." 
(Cornelia Funke, Coração de Tinta, p. 22)

Roubei essa frase do livro Coração de Tinta do poste feito da Nadia no Palavras em Movimento. Espero que a Nadia não se importe, mas é que essa frase é meio que ideal descrever como é minha relação como o livro "P.S. Eu te amo".

Passei um pouco mais de dois meses lendo esse livro nos intervalos da minha vida. Sim minha média de leitura de livros não-acadêmicos é  lenta e lerda, o Luciano e a Saleta merecem um prêmio pela paciência e coragem de me oferecerem livros para ler.

Demorei tanto lendo que muitas lembranças acabaram ficando fixadas nas páginas do doce livro da Cecelia Ahern. A Holly, suas amigas e família, acabaram me fazendo companhia por um bom tempo, o livro foi tema da minha participação nº 1 no podcast nº 1 de minha vida e agora está com minha cunhada, que se apaixonou pela leitura na primeira linha.

A irlandesa Cecelia é surpreendentemente popular e eu desconfio que algumas outras experiencias ainda vão ser fixadas nas páginas desse livro...

Enfim, hoje sai a resenha no blog do Luciano, é como se um ciclo se fechasse, então registro aqui, deixando o link para o post do Luciano!


sábado, 24 de novembro de 2012

E nós vamos falar de animes...

Pois é... meu deuzo quando começo o post com "pois é" senta que pode vim leseira rsrs  acho que quem chega aqui de cara já sente a força de minha paixão por animes, mas quem fica sabe que dentre as muitas coisas sobre as quais gosto de falar animes as vezes não é bem o ponto de destaque...

Faz tanto tempo que eu não consigo postar nada sobre o tema que tenho me sentido uma fã de 4745645 categoria! Chega da tristeza de ver, ou melhor de não ver anime ou falar sobre anime, esse blog parece até propaganda enganosa rsrs... #MenosQuaseNada

Mas, navegando pelo famigerado face descobri com a ajuda da Pers do Um pouco de shoujo (para mim apenas Mi, porque eu sou intima) a página do Japanholic's Hyperdimension, um grupo de pessoas que também gostam de animes e mangás e tem essa arte correndo em suas veias.

Eles conduzem as postagens da página com muita seriedade, coerência e dinamismo, porém sem aquele pedantismo infantil de alguns fãs que se acham superiores porque curtem animes enquanto os outros seres humanos do mundo curtem outras coisas.

Japanholic's Hyperdimension
Não, eles não me pagaram para eu falar bem deles.
Não[2], eu também não sou adepta de divulgação pura e simples.
Sim, estou falando da página porque por esses dias cruzei com uma publicação dela que me chamou a atenção.

A publicação era sobre a CLAMP, um grupo de mangakás que amo, responsável pela criação de trabalhos como Sakura e Guerreiras Mágicas de Rayearth que muita, mas muita gente mesmo conhece e gosta!


Fiquei apaixonada por essa publicação e pedi autorização dos responsáveis para posta-la e talvez explicar um pouco vários dos personagens que se espalham por essa tela e as vezes parecem apenas uma coisa ilustrativa, mas não é.


Então, amigos e amigas, nos próximos dias estaremos falando de anime por essas bandas, não todo dia como foi o Meme Literário de Um Mês, porque cansa a beleza e enfada e talvez não em sequencia, porque também enfada, mas com alguma frequência.

Espero sinceramente que vocês curtam o "Especial CLAMP" de alguma forma, afinal o Sidney do Japanholic's escreveu o texto, que foi divido em 4 partes, com todo carinho do mundo e creio que tudo feito com carinho vale a pena ser apreciado!

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Do companheirismo do gato!

"O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só."
(Fernando Pessoa_Alberto Caeiro)

Eu adoro esses versinhos do Fernando Pessoa, é minha definição de amor favorita... Especialmente porque tem aquele pensamento do Dom Helder Câmara do qual sou adepta até o fim.

"É possível caminhar sozinho. Mas o bom viajante sabe que a grande caminhada é a vida e esta supõe companheiros. Companheiro, etimologicamente, é quem come o mesmo pão."
(Dom Helder Câmara)

E de todas as coisas que eu gosto no terrível, mal humorado, orgulhoso e pouco afeito a chambrego, carinho e derivativos Batatinha é o fato de que ele é um grande companheiro.


Madrugada a dentro, eu no meio de meus papeis sem fim tentando ajeitar as ideias para escrever a dissertação, uma angustia que é difícil demais de mensurar, uma solidão de maltratar a alma... Então o Batatinha vem e escolhe se ajeitar justamente no meio dos meus papeis bem próximo a mim. A câmera estava perto e eu fiz contorcionismo para tirar essa foto de nós dois.

Companheirismo simples, sem muita explicação, sem muita apelação. Coisas que só o Batatinha sabe fazer!

E eu só preciso lembrar de ter cuidado para não ficar de alisadinho, porque ai quebra o clima, o Batatinha detesta alisadinho!