terça-feira, 31 de julho de 2012

Eu e o Gonzaga


Quando a Jaci começou a falar do Luiz Gonzaga lá no twitter eu me lembrei de imediato da minha infância, já que minha família é nordestina, sendo assim meu pai gostava, minha mãe adora e meu noivo ama o Rei do Baião!

Quando costumávamos ir à praia meu pai gostava de colocar músicas sertanejas no carro e eu as detestava. A única opção era pedir para colocar alguma do Luiz Gonzaga e assim eu ia feliz me encontrar com os pernilongos e com o sol de rachar!

No entanto, não era só nas minhas idas á praia que Luiz Gonzaga entrava na minha vida, toda festa de fim de ano eu me encontrava com ele novamente, pois antes desse forró moderno ocupar o som dos meus familiares, Luiz Gonzaga nos presenteava com sua música. Por isso, quando me perguntam se eu sei dançar forró eu digo: depende, é Luiz Gonzaga?

Dessa forma, o Rei do Baião sempre fez parte da minha vida e foi com grande alegria que eu descobri que o meu noivo também adorava o Luiz Gonzaga. Isso porque eu devo dizer que esse é o único ponto em comum que nós temos no quesito musical. E assim como noivo, eu gosto dos sucessos mais antigos: “A feira de Caruaru”, “Asa Branca”, “ABC do Sertão”, “Amor da minha vida”, “Assum-preto”, “Baião”, “De Fiá Pavi” (uma das preferidas do noivo), “Forró de Mané Vito”, entre outras.


No entanto, a minha preferida é “Riacho do Navio” e as pernas não ficam quietas quando escuto “Vem Morena” e “O Xote das meninas”.


Luiz Gonzaga, assim como Dominguinhos, marcou a minha infância e agora que o meu pai faleceu é inevitável ouvi-lo e não me lembrar dele.


Michele Lima
Notas de Rodapé
Um pouco de shoujo
____________
P.S.: Como bem lembrou a Ana, o noivo da Mi, agora é Marido, ela escreveu esse texto antes do casamento.

Enfim, como a Ana é cruel na forma como lembra das coisas rssrsrs #MeninaVelhaMáSanguinolenta

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Fora de tempo...



Uma vez um amigo meu ao saber que eu tinha um blog me deu uma receita para bombar na blogosfera, ele me disse que o bom era sempre falar no assunto do momento na hora que ocorria. No dia que ele disse isso eu soube exatamente o que eu estaria sempre evitando de falar no blog, não digo que não seda a tentação de falar sobre os assuntos que viram noticia da noite para o dia, mas evito sim isso, até porque isso é um blog e não um jornal ora...

Mas, apesar dessa determinação não posso ignorar que esse ano é o ano do centenário de Luiz Gonzaga e me deu vontade de falar sobre os fios que me unem ao Velho Lua, filho de Januário. Uma vontade nada original visto que até escola de samba falou dele esse ano e ele também foi o tema do São João de Pernambuco sendo por isso abordado por várias Quadrilhas Juninas.

Eu, como boa nordestina, também tenho tenho minhas histórias, preferencias e tudo o mais com o velho Lua, ele é quase uma unanimidade. Eu nunca vi ninguém dizer que odeia Luiz Gonzaga, mesmo entre meus colegas de Escola Bíblica Dominical encontrei fãs dele, um dos meus amigos até biografia tinha. Então, depois de considerar isso, de repente me deu vontade de contar/registrar um pouco disso nesse blog.

O plano era fazer algumas postagens sobre elem então acabei convidando a Michele Lima, uma das pessoas mais orgulhosas de sua origem nordestina que conheço, para falar sobre Luiz Gonzaga e pedi ao Tiago do 171nalata para me emprestar a postagem que ele fez a "500 anos" sobre o Velho Lua e resolvi dedicar essa semana a Luiz Gonzaga meio fora de tempo mesmo.

Espero que haja quem curta essa homenagem meio fora de tempo. Eu curti ler os textos da Michele e do Tiago assim como curto escrever o meu.



segunda-feira, 23 de julho de 2012

Da dignidade do Gato!!!

Ontem eu terminei de ler O clã dos Magos, livro que me foi enviado pelo Luciano do .Livro, ai mexendo na net vi uma foto de uma moça que colocou uma toalha em cima da cachorrinha dela e tirou uma foto junto com o mini-mago e o livro pra combinar...

Eu achei a foto e a ideia muito fofa (clique aqui para conferir) e entre mim e "mim mesma" comecei a planejar fazer o mesmo com meu lindo gato Batatinha Rafael Clemente.

Bem, ele ficaria lindo de Mago Negro, mas vamos e venhamos, é claro que isso nunca daria certo!!! Batata é qualquer coisa menos um animal dócil que se deixa apanhar para brincadeirinhas minhas néh?!?!

Mas, o legal, foi que antes mesmo que eu começasse a sequencia "caça ao Batata", Rafaela me chegou no computador com a seguinte imagem:


Desconfio que pode até existir animal tão digno quanto, porém, no entanto, todavia, mais digno que esse felino é difícil. Bem já disse Terry Pratchett:


"Nos tempos antigos os gatos eram adorados como deuses, eles não se esqueceram disso até hoje."
(Terry Pratchett)

Reza a lenda que os egípcios realmente adoravam a Bastet, a deusa gato, associando-a ao sol, a fertilidade e a gestação... Ainda segundo conta a lenda, com passar dos séculos e o crescimento do Império Romano Bastet passou a ser associada/misturada a Ártemis ficando definitivamente ligada a Lua, noite e derivativos.


Na minha época de graduanda li um livro chamado "O grande massacre dos gatos" e nele tem um capitulo que discute como a imagem do gato associada a feminilidade, a sensualidade e ao perigo foi sendo construída ao longo do tempo. Talvez por essas associações, reze outra lenda que uma bruxa sempre tem um gato preto por perto, o que me leva novamente a Terry Pratchett e suas bruxas.


Uma das bruxas desse autor é a Tia Ogg, ela tem um gato chamado Greebo, depois de Garfield, Greboo é definitivamente meu gato preferido da literatura.



"Para Tia Ogg, Greebo era o gatinho fofo que corria atrás de novelos de lã pelo chão.
Para o resto do mundo, era um gato enorme, um pacote de forças vitais incrivelmente indestrutíveis dentro de um couro que não parecia pele de animal, mas um pedaço de pão deixado num lugar úmido durante quinze dias.

Os estranhos sempre ficavam com pena dele porque suas orelhas não existiam e sua cara dava a impressão de que um urso acampara em cima dela. Não sabiam que ela era assim porque, por uma questão de orgulho felino, tentava violentar ou brigar com absolutamente qualquer coisa, incluindo uma carroça para transporte de toras puxada por quatro cavalos. Cães ferozes gemiam e se escondiam debaixo da escada quando Greebo passava pela rua. Raposas mantinham-se distantes da aldeia. Lobos davam meia-volta.

Era provavelmente o único gato que conseguia ronronar com escárnio."
(Terry Pratchett- Quando as bruxas viajam)



E claro, se estamos falando de gatos não podemos esquecer do gato de Cheshire que em Alice no País das Maravilhas é autor de uma das tiradas mais inquietantes da literatura:


"- Gatinho de Cheshire (...) Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para ir embora daqui?
- Isso depende muito de para onde quer ir - responder o Gato.
- Para mim, acho que tanto faz... - disse a menina.
- Nesse caso, qualquer caminho serve - afirmou o Gato.
- ... contanto que eu chegue a algum lugar - completou Alice, para se explicar melhor.
- Ah, mas com certeza você vai chegar, desde que caminhe bastante.
- Mas eu não quero me meter com gente louca - ressaltou Alice.
- Mas isso é impossível - disse o Gato. - Porque todo mundo é meio louco por aqui. Eu sou. Você também é.
- Como pode saber se sou louca ou não? - disse a menina.
- Mas só pode ser - explicou o Gato. - Ou não teria vindo parar aqui."
(Lewis Carroll)

Em síntese, eu não tenho coragem de fazer traquinagens com Batatinha!!!! A dignidade e o orgulho felino que atribuo a ele se confunde com o orgulho e dignidade que eu mesma procuro construir em mim.



Sem contar que eu sempre lembro de Sandman vol. 18, do Sonho de Mil Gatos e de uma Gata informando-nos que podemos mudar o mundo!



E por fim, já que para nossa alegria e pena é segunda-feira novamente, só me resta concluir esse post com o Garfiel:



sábado, 21 de julho de 2012

A Blogagem Coletiva, a pergunta e a falta de resposta!

Hoje é o dia da blogagem proposta pela Aleska, acho que depois de tanto tempo de parceria eu meio que tenho um compromisso moral de postar algo a respeito... Mas confesso que está sendo mais complicado do que eu pensei.

Eu não sou uma pessoa que dialogue muito bem com seu próprio corpo e isso não é de ontem ou de antes de ontem, é um caso antigo que inclui espelhos quebrados, anos sem olhar no espelho, impaciência crônica, dietas loucas e algumas coisitas que são mais comuns do que se pode supor olhando assim de longe.

Eu sei que não sou a única mulher do mundo que tem uma pequena grande aversão a si mesma, há quem diga que toda mulher é uma insatisfeita. Mas eu sou um tipo que leva tudo muito a sério e rumina questões como bois ruminam a grama e desde que Aleska propôs esse tema e a Vaneza com Z me fez a seguinte pergunta:


"Como você pretende falar do seu corpo se você nem gosta de si?"


Eu simplesmente não consigo organizar meus pensamentos de maneira adequada para falar sobre esse tema, estou meio que parada no tempo pensando... A pergunta da Vaneza foi um soco no estomago e tanto, não tinha parado para pensar que a falta de paciência com meu corpo é uma falta de paciência e de afeto comigo mesma...

Um dos meus primos debochados costuma dizer que eu sou muito pouco gentil comigo mesma, as palavras da Vaneza me lembraram as dele e eu continuo em curto, a pergunta da Vaneza não tem resposta e eu não tenho como desenvolver esse tema no momento.

Sei de cor que:

"Temos que nos aceitar;
O padrão de beleza é uma coisa historicamente construída;
Ninguém é obrigado a se pautar pelo padrão arbitrário da mídia;
Todos tem sua própria beleza;
Aos olhos do Pai todos somos obras primas..."

Eu repito isso para mim todos os dias, já disse isso centenas de vezes a um monte de pessoas, eu acredito nisso... Mas me olho no espelho e vacilo e um dia sim e o outro também penso que séria melhor não ter nascido, não é que eu não veja beleza na vida, eu vejo, tem a poesia, as crianças, o sol, o mar, meus amigos, mas, isso tudo existia sem mim lindamente...

Enfim, não consigo falar sobre o tema da postagem de forma decente... Aleska, minha linda, me perdoe, sei que sua proposta vai ser o sucesso e corre o risco de ajudar a quem precisa tanto agora quanto no futuro, afinal sempre tem meninas/mulheres em busca desse tipo de conteúdo na net quando elas pesquisarem vão encontrar esses textos e eu espero que com eles encontrem o apoio que precisam para ser mais elas e menos o que os outros desejam que elas sejam.