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segunda-feira, 18 de abril de 2016

Show de Horrores, Teatro dos Absurdos!

Só queria mesmo registrar o quando contemplei absurdada a votação de ontem pela continuidade do processo do impeachment da presidenta Dilma. Em meus quase 30 anos nunca vi tanta fanfarronice, me pergunto se as pessoas de 40, 50, 60 já viram algo igual!

Nossos deputados deram um show de ridículo público, pareciam órfãos do "Xou da Xuxa" ansiosos por aproveitar seus segundos diante da câmera para mandar beijo "Para o meu pai, minha mãe e para você Xuxa", sem consciência alguma de limites e educação. Jamais pensei ser possível dizer isso, porém é fato, nossos deputados me fazem ressignificar minhas opiniões acerca dos 6º anos e sua falta de disciplina, paciência de ouvir o outro e zueira sem fim.

Perto dos deputados brasileiros os 6º anos são santificados, pode beatificar, afinal qualquer bagunça generalizada criada por eles tem o atenuante de serem pessoas com pouco mais de uma década de vida, o que nossos deputados tem como atenuante? As 1, 2, 3 e até 4 décadas de mandato anunciadas por eles mesmos ao microfone ontem? Aliás, me pego pensando se legar ao PT a responsabilidade ultima do afogamento do Brasil em uma crise politica e moral é coerente com aquela realidade transmitida nas TVs abertas do país.

Pela dialética, clareza de papeis, comprometimento com os assuntos públicos, lisura e seriedade demostrada publicamente ontem por nossos deputados, as pessoas que vão as ruas em prol do impeachment realmente acham que o problema máximo e ultimo do Brasil é a atual presidente? Seria ela uma monarca absolutista a ser deposta uma vez que seu mandato é vitalício e todo poder e decisões a respeito de assuntos públicos emanam dela?!?!?

É verdade mesmo que as pessoas ciosas por lisura, honestidade, clareza de papel no serviço público e defesa de um Estado Democrático por Direito saíram as ruas para comemorar o Sim dado por aqueles senhores diante de um personagem como Eduardo Cunha??? É verdade mesmo que as pessoas esperam que saindo Dilma as coisas melhorarão??? Que depois dela, sairá em efeito domino Temer, Cunha, quem mais tiver de corrupto em Brasilia e a crise moral e politica encontrará por fim seu fim? Alguém acredita mesmo que aqueles fanfarrões despudorados tem interesse em algo além deles mesmos?

E não! Eu nunca fui uma entusiasta do governo do PT, eles não são exemplos de correção e lisura. Lula nunca emergiu como um potencial salvador da pátria e Dilma, apesar da ausência gritante de provas diretas contra ela até a manhã do dia 18 de Abril de 2016, pode muito bem não ser santa. Tenho consciência disso, esse blog não é piquete de defesa de políticos. Mas, sendo um caderno de notas e impressões, não pode deixar de conter um registro meus sentimentos hoje.

Bem, vou ficando por aqui, minha ressaca moral não conhece limites e para quem só queria registrar seu absurdamento já escrevi demais e o ar da segunda-feira nunca foi tão limpo, vou lá aproveita-lo.


domingo, 3 de maio de 2015

Tag 7 Coisas

O Luciano do .Livro fez, a Lu do Aceita um leite? fez, então eu disse de mim para comigo: "Por que não eu?!?!?" e ainda roubei a imagem do Luciano.


A Tag consiste em citar sete coisas dentre as pedidas.

7 coisas que mais falo:

Nossa!
Psiu!
Só a graça!
Misericórdia!
Vamos bater palminhas? (não se passa uma tarde sem essa bendita música)
Sófiaaaaaa!
Kauãããããã!

7 coisas que faço bem:

Dormir
Ler
Conversa sobre tudo e nada
Entrar em crise existencial
Esquecer o que precisava fazer ou colocar na bolsa
Ser trolada
Falar a coisa errada na hora errada

7 coisas que não faço bem:

Comer (Quem já fez uma refeição comigo sabe como funciona.)
Exercícios físicos
Organizar as coisas
Acordar cedo
Paquerar
Brincar (É quase uma unanimidade que não sei brincar!)
Descobri que as pessoas não estão sendo sinceras

7 coisas que me encantam:

Textos bem escritos, independe da forma e do tema
Meus livros
Atos de Afeto
Van Gogh
A textura, cheiro, cor da pele das pessoas que amo
Cheiro de criança pequena (aquela mistura de inocência, expectativa, suor e, nos bebês, baba)
A espontaneidade (as vezes perversa) dos adolescentes

7 coisas que não gosto:

Falsidade
Angustia
Saudades
Insegurança
Medo
Acordar cedo
Segundas-feira

E vocês, quais seriam suas respostas? Deu vontade de fazer a Tag? Se deu faz e me conta!
Cheros a todos e todas!
Boa Segunda!


domingo, 1 de fevereiro de 2015

Descendo ao mundo...


Sempre tenho dificuldade de descer ao mundo...
Meu maior problema sempre é descer da cama...
Abrir o olho é fichinha se comparado a descer da cama...
E amanhã começa mais um ano letivo...
Ai não da para enrolar... Tenho hora fixa para descer ao mundo...
Não larguei a docência, como tive vontade.
Mas posso largar, nunca se sabe, apesar de tudo, vontade não falta...
Espero sinceramente que esse ano letivo seja melhor que 2014, embora 2014 tenha tido seus pontos bons.
Que eu e as crianças, ou as crianças e eu, saibamos enfrentar as dificuldades e percorrer da melhor forma o caminho que foi preparado para nós [tá eu preparei, mas muita coisa já estava determinada nos PCNs :p]!
Espero consegui colocar em pratica meu planejamento... e no caminho encontrar novos sonhos e desafios, continuo carente deles.

Melhor 3 que é praticamente a 1ª do ano!

segunda-feira, 24 de março de 2014

Sobre minha cama, meu sono e a segunda-feira...

Pois é, quando eu começo o post com "pois é" senta que lá vem leseira brava, outro dia vi em meio aos RT do Twitter a seguinte expressão da Marcia Camila:


"Quando me perguntam qual meu lugar preferido só penso em dizer: "Meu lugar preferido é minha cama." Mas, às vezes minto e digo outros lugares." [@camila_marcia]

Em plena segunda-feira, poucos minutos antes de começar minha rotina, pouco depois de abandonar minha cama... sinto que eu não consigo concordar mais com alguém com alguém. Não existe lugar como minha cama no mundo... é tão ultrajante ter que abandona-la a sua própria sorte todos os dias!

Eu vivo concordando com os posts da página "Disney Irônica":



Ai gente, vou ali da mais um abraço na Abena porque...

Foto tirada por Rafaela, na minha ausência Abena também ler!
.... "Acordei para a mesma vida para que tinha adormecido./ Até os meus exércitos sonhados sofreram derrota", ainda é  segunda-feira!


Eu nem bebo álcool, mas vou pegar carona na música "E a vida se fez de louca" do "Mundo Livre S/A":
"... Deus nos dê fígado, pois temos o planeta inteiro pela frente.Na verborragia do versoEstoura o limite de ânsiasHá um desquite que a metáfora não alcançaE como já dizia o meu amigo Xico... Sá, Sá...Saindo as palavras por uma porta e a vida por outra!"

Boa Sorte para todos e todas nós!!! Que Deus nos ajude!!!

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

"Da minha gratidão a pequena toupeira que queria saber quem tinha feito cocô na cabeça dela" ou "Sobre o melhor livro infantil de 2013"

Como, acho que todo mundo por aqui sabe, eu sou educadora infantil em uma creche municipal do Recife e literatura infantil é algo que faz  parte da minha rotina.

Durante esse ano investi muitas de minhas fichas em um trabalho pesado e constante com livros infantis de todos os tipos, formas, cores e tamanhos com as "minhas" crionças crianças do Grupo Infantil 3. E quando estava no meio da confecção da minha lista dos melhores livros do ano me deu vontade de registra a minha gratidão ao livro "Da pequena toupeira que queria saber quem tinha feito cocô na cabeça dela" do Werner Holzwarth e Wolf Erlbruch.


A principio eu ODIEI a proposta desse livro. Achei nojento, mal pensando, nojento de novo, mil vezes ecaaaaaaaaaaaaa... Eu já falei que acho nojento?!?! Gente, eu trabalhei três anos em um grupo infantil 1, vocês tem noção de quanto cocô já limpei nessa vida???? Eu definitivamente não tenho nojo de cocô de criança ou idoso, na boa eu limpo sem crise e até faço a coisa ficar divertida para a criança.... Mas eu ODEIOOOOOOOOOO falar de cocô!!! Imagina ler sobre cocô?!?!

Enfim... Essa implicância com o livro se perpetuou por muito tempo. Sempre que eu ia na estante selecionar os livros para serem trabalhados no mês eu deixava ele de lado. E foi assim até o dia no qual a implicância foi tão grande que precisei coloca-lo na lista. O resultado não poderia ter sido melhor!

A pequena Toupeira que recebe um belo dia, ao sair debaixo da terra, um cocozinho na cabeça e sai por ai investigando quem foi o autor cativou as crianças e em especial o K., um dos meninos mais dispersos com o qual já trabalhei até hoje.


Ele riu tanto da história, gostou tanto, achou tão legal que sentou no meu colo pela primeira vez para me ouvir contar uma história e teve paciência para ir até o fim. Eu me emociono só de lembrar! Foi um momento lindo. É muito mágico! Quem vive ou viveu momentos assim há de entender!


A partir da toupeira, o K. passou a se interessar vivamente pelos livros. Não só passou a prestar atenção na contação como passou a pedir para que eu lesse, escolher livros da caixa, recontar para os amigos sua história preferida... E isso se refletiu em outros aspectos da convivência, diga-se de passagem. Com a leitura, ele chegou ao ponto de trazer alguns livros que a prefeitura mandou para seus irmãos (e geralmente ficam jogados em qualquer canto da casa e vão para o lixo na faxina de fim de ano) à creche para que eu os lesse para ele.


Enfim, apesar de continuar achando "Da pequena toupeira que..." um livro nojento, ele virou um dos meus livros preferidos.

Para crianças pequenas, que nunca limparam tantos bumbuns como eu, cocô é um assunto para lá de divertido kkkk... e a forma como os autores trataram o assunto no livro foi perfeita. Na hora de contar eu escolhi usar do mesmo tipo de humor que usava com as crianças de um ano, foi assim que descobri que K. gosta de livros bem humorados, o que foi comprovado cientificamente outro dia quando ele disse: "Tia conta uma história engraçada.".

Bem, pode parecer pouco, quase nada, mas sei lá... Mas, eu tenho dado tantas bolas fora nos últimos tempos que essa bola dentro com o K. fez toda a diferença em minha vida... Um capitulo de minha história de educadora para não ser esquecido.

K. em momento super-herói.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Sobre A Boneca...

Da minha infância não sobrou nem mesmo uma boneca para ficar de lembrança.

Os motivos são vários: 

1. Eu não era uma criança cuidadosa ou atenta, então quebrava, perdia e sofria pequenos furtos por parte de outras crianças e adultos também;
2. Tenho uma irmão mais novo assassino de bonecas, munido com um especial sexto sentido para descobri qual eu amava mais e torturar elas até a morte prematura, dolorosa e traumatizante;
3. Tenho uma irmã sete anos mais jovem que herdou por força de seu gênio as bichinhas sobreviventes;
4. Por fim, meu pai teve uma época na qual deixava o cachorro maltratar meus brinquedos quando estava embriagado, ele tinha uma implicância especialmente irritante por tudo o que era presente de um dos meus tios.

Enfim, de uns tempos para cá passei a sentir falta de ter uma boneca e entrei em uma busca por uma boneca de pano para me fazer companhia. Devo ter comentado algo sobre isso com a Aleska quando estivermos em São Paulo ou em alguma das nossas conversas sem fim via celular ou face e ela me matou e me ressuscitou de alegria ao me enviar direto do Rio de Janeiro uma linda boneca negra como o ébano, de vestido vermelho como a gota do meu sangue e lacinhos e babados brancos como a mais pura neve.


Ainda estou encantada com ela que a partir de hoje mora comigo no meu quarto, dorme comigo na minha cama e é minha filhinha fofa. O nome dela é Abena em homenagem a Princesa Abena do livro "O casamento da princesa" escrito por Celso Sisto e ilustrado por Simone Matias.


Claro que eu não poderia deixar de registrar esse episódio nesse blog logo em um fim de noite de domingo, afinal agora toda segunda-feira eu vou poder imitar o rabugento do Garfield.


Obrigada Aleska por tudo e também por isso!!!

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Uma questão de resiliência!




"Resiliência ou é um conceito oriundo da física, se refere à propriedade que alguns materiais possuem de acumular energia quando são submetidos a estresse sem se romperem. O elástico, o bambu e a vara de salto em altura são exemplos de materiais resilientes."

Em momentos de crise coisas estranhas costumam vim a memória. Quando a moça loira sentada no degrau pintado de cal da escadaria saiu de casa pela manhã, se alguém perguntasse a ela qual o nome de seu professor de física ela forçaria o fundo de suas memórias e não ia conseguir encontrar essa informação. Mas, naquele momento difícil, como um trovão inesperado que cruza o céu noturno de cima a baixo, lhe veio a memória a lembrança da voz grave do professor falando sobre resiliência, elástico, bambu e vara de salto em altura.

Se pegou calculando quanto tempo havia passado entre aquela aula e esse momento... Nove, dez, onze... quinze anos. Meu Deus! Como o tempo passou rápido! Parece que foi ontem que a bolsa que ela segurava era uma grande mochila azul repleta de livros didáticos, seu tênis um all star customizado com borboletas e o sonho de ser médica era apenas um sonho.

Naquela época ninguém lhe contou sobre a gravidade da sensação do fracasso após cada perda. Todos só lhe diziam o quanto era nobre ser médica e quantas vidas ela salvaria.

Ninguém lhe avisara também do quão pernóstico um diretor de hospital, um governador e presidente poderiam ser e no bojo das lembrança escolares lhe veio a mente a professora de português descrevendo o significado da palavra:

Pernóstico; adjetivo e substantivo masculino. Informal. Característica de algo ou de alguém que é afetado, pretensioso, presumido ou pedante. Informal. Algo ou alguém que é atrevido; que responde ou que resmunga. Brasil. Indivíduo utiliza termos incomuns, que geralmente não conhece, para aparentar certa cultura que não tem.

Sorriu sozinha em meio ao desamparo, mesmo com a distancia imposta pelo anos, ela podia ver o rosto rechonchudo da professora, ouvi-la falando daquele jeito explicadíssimo dos professores de português e sentir em seu olhar aquela ternura paciente mesmo nos piores momentos de sua turma pouco comprometida com os significados das palavras.

Não! De repente lhe ocorreu que não era paciência o que havia no olhar de sua querida professora. Era pura RESILIÊNCIA, com letras maiúsculas e coragem reforçada.

A professora, era o tipo de pessoa que podia até ser dobrada, mas nunca quebrada... Houvesse o que houvesse ela sempre voltava e tornava voltar a sala de aula... Dia após dia, ano após ano, até finalmente chegar o dia da formatura no qual ela entregava  o diploma, o abraço e os parabéns aos seus alunos.

Ainda em meio as emoções das memórias a moça loira sorriu de si para sim mesma, aprumou a postura, respirou fundo, levantou e seguiu em frente... Ela também era resiliente!
_________

Essa foi a minha participação na 2ª Edição do desafio de escrita "Momentos de Inspiração" proposto pela Irene Moreira, a querida M@myrene.

Atualmente minha palavra de ordem tem sido "Resiliência" e é isso que desejo a todo mundo. Isso não é blog de auto-ajuda, eu detesto segundas-feiras, como sei que a vida não é fácil desejo "Que possamos ser resilientes, que possamos envergar, esticar, dobrar, mas não quebrar! E se quebrar que encontremos uma boa cola no caminho e uma boa semana para tod@s nós!"




domingo, 30 de junho de 2013

Sonhos...

Uma vez há alguns anos atrás uma das professoras mais queridas que já tive fez a minha então jovem turma de aprendizes de historiadores e historiadoras a seguinte pergunta:

"O que move a História?"

Não foram poucas as respostas que surgiram: dinheiro, poder, fama, fortuna, ambição, cobiça, guerras, política... Enfim... no final de nossas suposições ela soltou a dela: 

SONHOS


Mas Sonhos???

Mas como assim sonhos???

E explicou, algo que segundo minhas memórias soou mais ou menos assim: A História é uma ciência que se preocupa com os feitos dos homens, e mulheres no tempo e antes de qualquer coisa os nós sonhamos... Dos nossos sonhos nascem nossos desejos e dos desejos todo o resto... politica, dinheiro, poder, fama, um bem maior, esperança... tudo começa nos sonhos.

Depois de tudo ela nos presentou com uma bandeja de sonhos de padaria! E nem preciso dizer que essa foi uma aula inesquecível e vez ou outra, ou vem e sempre, eu lembro desse momento lúdico nos mais diversos contextos.

Sempre quis registrar esse ocorrido aqui, pois acredito nessa ideia de minha ex-professora com nome e alma de pássaro. No entanto, só hoje chegou o momento certo para escrever sobre esse ocorrido.

Pois hoje estou com espirito de comemoração junto a uma de minhas queridas companheiras de virtualidade que está realizando um sonho, escrevendo um capitulo único de sua história.

A Sheila do blog "Cozinha de Mulher" fez publicar o seu primeiro livro, o "Sabores de A ao Z"resultado de uma blogagem coletiva ousada na qual ela percorreu sabores de países do globo terra indo do A ao Z descobrindo pratos possíveis de serem feitos por pessoas com ou sem muita experiencia com facas, panelas e fogão. Eu estou feliz com a Sheila e tenho que divulgar essa experiencia!


Eu não poderia deixar de felicitar, divulgar e festejar junto a Sheila esse feito enquanto desejo que todo mundo sonhe mais e melhor, sonhos individuais e coletivos e que ao acordar sejamos capazes de transformar nossos sonhos em realidade!

Escrever um livro, plantar uma árvore, ter filhos, colecionar livros, doar livros, viajar para longe, pesquisar, ser mais feliz na segunda-feira... até mesmo mudar o mundo.


segunda-feira, 27 de maio de 2013

A sorte das pipas!


Sou uma pessoa levemente distraída, vivo com a cara para o ar, com a cabeça nas nuvens, meu pai debocha me chamando de "Mundo da Lua", apesar do deboche me irritar profundamente tem seu fundo de verdade e eu não mudo porque gosto de ser assim.

Gosto de ser o tipo de pessoa que vive metade a sonhar, gosto de ter os pés no chão e os olhos nas nuvens. Talvez por isso inveje a sorte das pipas que os meninos empinam em dias verão por toda a parte do subúrbio onde moro. Enquanto o sol brilha e o vento sopra esvoaçando saias, cabelos e meus pensamentos vez em sempre paro e fico olhando o movimento das pipas lá no alto, voando quase livres no céu...

Por esses dias meu vizinho resolveu empinar pipa no quintal de minha casa, não resisti e pedi e ele para entrar na brincadeira. Foi ótimo sentir o vento puxando a armação frágil do brinquedo ligado ao chão apenas por uma linha tão tênue que fica invisível. Mas, confesso, apesar do prazer de segurar a linha foi uma tortura ignorar a vontade louca de soltar o fio e deixar a pipa ir embora. Me ocorreu ser uma pena estarem todas as pipas sempre sempre presas por fios semi-invisíveis na imensidão.

Enfim, apesar disso, presas ou não, elas estão tão altas, tão próximas as nuvens, tão envoltas no azul do céu que eu não posso deixar de invejar a sorte delas que podem ir tão alto enquanto meus pés precisam ficar tão presos no chão!



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Esse texto foi publicado pela primeira vez em uma segunda-feira de outubro de 2011... Segunda-feira sempre é um dia que me deprime. Mas as vezes, não sempre e nem constantemente, gosto de combater esse mal estar com algo positivo, esse texto me remete a algo positivo... Vou começar a semana com ele, mesmo que ainda seja Maio, esse mês incomodo, e o céu esteja cinza.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Músicas para a segunda...

Não, esse não é um post tipo "como a segunda é promissora!". Esse não é um blog focado em alto-ajuda, quem me conhece sabe que eu e a segunda-feira não temos uma tradição de amizade, amor e respeito, seria muita falta de franqueza pousar de otimista... Ainda mais agora quando me encontro atormentada por minha coluna e por meu ombro esquerdo eternamente danificado.



É sério a segunda não gosta de mim!
Tudo bem, eu também não gosto dela e a reciproca é verdadeira!

 

É aquela coisa, eu já começo a segundo pedindo graça a Deus, porque se ele me der força eu mato um! 


Mato quando eu chegar na parada de ônibus e a quitadeira me avisar que o ônibus continua não descendo e eu vou ter que subir no sol quente! 



Mato quando eu chegar na integração e encontrar aquela habitual desordem, os poucos ônibus para os muitos passageiros e a necessidade de ser selvagem!


Mas sinceramente, não importa muito o motivo o mal humor é latente na segunda e parece que ele atrai... #TristeIsso

Mas... recentemente a Dona Ana Seerig me apresentou duas canções que conseguem amenizar o meu mal humor de segunda e hoje, faço feito o Garfield faz com o ursinho e só para não partir de mal humor começo o dia ouvindo-as!



1º) Datemi Un Martello da fofissima Rita Pavone, que está preciosamente inspiradora nesse vídeo cantando toda serelepe uma música um tanto quanto psicopata, mas bem adequada para meu mau humor. Aaah se eu arrumo um martelo e a oportunidade de dar umas marteladas na cabeça de alguns vereadores donos de empresas de ônibus que se reúnem no silêncio da noite para aumentar o preço da passagem sem melhorar a qualidade do transporte urbano!!!!


2º) A lirica canção de titulo nada sugestivo "Eu só quero acabar com você" do grupo Validuaté. Ela é também meio psicopata, mas quem nunca nem por um minuto teve uma vontadezinha de desejar a alguém  como o prefeito mentiroso, o dono da empresa de transporte público, os prefeitos hipócritas que não cuidam dos problemas de urbanidade da cidade e a algumas pessoas mais que:

"...Tomara que sempre chova em todas as tuas festas.
Tomara que tu tropeces em todas as pedras.
Tomara que tu sempre enfrentes filas enormes.
E mesmo morrendo eu não quero mais que tu retornes...."



Enfim, na segunda eu me permito não jogar o jogo do contente...
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A parte o meu mau humor segundistico (essa palavra existe?) registro aqui uma coisa boa que aconteceu no fim de semana e me alegrou por demais... A Sheilinha querida do meu coração lá do blog "Cozinha de Mulher" fez um post com um prato nordestino e dedicou a minha pessoa.


Quem quiser conferir uma culinária nordestina tipica de Pernambuco, sinta-se convidado, todo mundo tende a ser recebido bem nessa cozinha!!!



Obrigada Sheila pela lembrança!!!




segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Blogagem coletiva e o Sorteio...


Como já comuniquei aqui no dia 31 de Janeiro junto ao Alexandre do blog "Do que eu quero" (pessoa querida que fez esse banner super lindo) estarei promovendo uma blogagem coletiva sobre "Herói ou heroína da infância" que ficaram para a vida adulta. Aquele, aquela ou aqueles e aquelas personagens que marcaram nossa vida, nos levaram a sentar e ver um desenho, ir a uma estréia no cinema, ler uma HQ e recordar uma parte boa de nossa infância.

Creio que essa é uma boa ideia para festejar o aniversário e para completar decidi sortear entre os participantes da blogagem algo, como gosto de ler só poderia ser livro, o problema foi decidi qual séria... e na duvida acabei decidindo por duas publicações que tem muito haver com a vida bloguistica.

O primeiro é uma edição do livro "Enquanto alguns dormem", resultado das experiencias de escrita do Christian do Escritos Lisérgicos com algumas blogueiras ao longo do ano de 2012. Tenho simpatia por esse projeto, fruto da blogosfera e de tudo o que rola aqui, eu não sei, porem suspeito que nele muito de nossa forma de escrever deve está registrada.

E o segundo livro é um projeto pelo qual tenho amor de mãe, ou co-mãe, ou seja, o lindo livro "Um pouco  de nós" resultado do concurso de contos promovido pela Elaine Gaspareto em parceria com a DIGITEXTO. Da Elaine eu nem preciso falar porque Deus e o mundo conhecem, mas faço questão de dizer que o pessoal da Digitexto faz um trabalho perfeito nos livros que publica, tenho 3 livros dessa editora em minha estante, então acho que tenho algum conhecimento de causa.

Ah, antes que me esqueça o Alexandre me pediu para colocar as regras da blogagem a titulo de colocar ordem na brincadeira e eu adicionei no post e coloco aqui também!

REGRAS DA BLOGAGEM

- Incluir no post o banner da blogagem coletiva;

- Postar seu texto no dia 31 de janeiro de 2013;

- Deixar o link para seu post através do Add Your Link no do dia 31 de Janeiro aqui no blog.

O Add Your Link fornece um número a cada participante e eu usarei esse número no sorteio que devera ser realizado na primeira semana de Fevereiro através do Radon.

Cheros pessoas e  que venha mais uma Segunda-Feira!!!


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O Meme Literário de Um Mês Dia 01: Que livro você está lendo?

Pois é!!! Hoje não é domingo, é segunda, mas hoje eu vou chutar o pau da barraca \o/ "A caixa" não é blog literário, mas vai virar por um mês...

Então pessoas perdoem essa pobre blogueira, sejam tolerantes e aguentem é só por um mês!!!


Eu vi essa proposta de Meme no blog do Luciano, o .Livro, fui me informar no blog proponente o Happy Batatinha e gostei, fui seduzida e lá vou eu \o/.

Tá, na verdade eu já vi esse tipo de meme de 1 mês acontecendo e sempre tive vontade de participar, mas faltava coragem... Agora deu :)

Enfim, a pergunta de hoje, como diz o titulo do post é:

"Que livro você está lendo?"

Na verdade há muito tempo que eu não consigo ler um livro por vez e sempre acabo lendo alguns livros ao mesmo tempo.

É karma, eu fico saltando de livro para livro... Olho um, olho outro e ainda um terceiro, quando vejo já tem um quarto... Só que tem um detalhe, não me cobro muito essa coisa de prazo, não me sinto obrigada a falar a respeito de cada livro que leio no blog ou derivativos, me permito não terminar nem tão cedo a maioria dessas leituras.

Então no momento eu estou lendo:

"Melancia" da Maryan Keyes, que a Michele Lima me emprestou. Eu simplesmente adoro a franqueza da Claire ao narrar a história de como ela foi traída pelo marido, abandonada exatamente depois de ter sua filha e voltou para a casa dos pais para se recompor. Como a Mi me disse, Keyes é prolixa, mas eu também sou, e a franqueza me leva a ter uma certa empatia com  protagonista da história.

Também estou lendo "P.S: Eu te amo" de Cecelia Ahern, livro que me foi enviado pelo Luciano com o objetivo de escrever uma resenha para o .Livro. Cecelia não é tão prolixa como a Maryan, em compensação até aqui a protagonista dela não conseguiu me cativar. Engraçado, no filme rapidamente eu desenvolvi um sentimento de empatia com a Holly, no livro isso não está acontecendo. Mas, ainda é cedo para avaliar.

No mais, ainda estou na saga com Nebulosidade Variável. Tá, no caso desse livro confesso que estou decidida a render essa leitura tanto quanto for possível. Esse livro é minha companhia para momento de solidão. Lê-lo é como ter uma amiga querida perto e quando eu terminar tenho que devolver. Nem tão cedo vou colocar ele na lista dos lidos. Engraçado [2], suponho que essa demora em terminar de ler vai tornar a dor da separação ainda pior...

Ainda tem alguns livros acadêmicos na lista, mas desses eu vou poupar vocês!!! :)

Cheros, cheros e vamos lá que outubro apenas começou e espero que ele seja totalmente produtivo \o/

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Sobre o PontoLivro e um livro de fantasia muito realista...

PontoLivro é o nome do blog do Luciano, lá ele conseguiu construir um espaço no qual podemos falar sobre literatura com a maior tranquilidade do mundo. Eu gosto, outras pessoas também, mesmo quando ele nos desafia a descobrir "Qual é o livro?" e nós não conseguimos.

Como eu já falei algumas vezes por essas páginas, o Luciano me convidou a ler O clã dos Magos, o primeiro livro da Trilogia do Mago Negro. Uma leitura que tinha tudo para ser apenas mais do mesmo e no entanto se mostrou algo bem diferente do que nos últimos tempos tem sido lançado em matéria de livros de fantasia.

Li que Trudi Canavan buscou inspiração para escrever seu livro em textos que falavam a respeito das pessoas sem teto que em Barcelona foram sendo encurraladas e movidas para fora da cidade um pouco antes dos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992, uma fonte de inspiração no minimo curiosa que deu um tom muito social e realista para uma narrativa fantástica.

Sua narrativa começa assim:

"Dizem que em Imardin o vento tem alma e chora lamentosamente pelas ruas estreitas da cidade porque se entristece como o que encontra por lá."
(O clã dos Magos, p. 11)

Hoje minhas opiniões a respeito desse livro estão disponíveis lá no .Livro e a titulo de registro deixo o link aqui, quem quiser conferir minhas ideias a respeito desse livro sinta-se a vontade para clicar e conferir também!!!!

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Sobre muros...


Outro dia eu tive que refazer o percurso que eu costumava fazer diariamente para ir ao trabalho e um muro me chamou minha atenção porque ele não estava lá há um ano atrás e ele cercava justamente a casa de uma das pessoas com a qual mais fiz amizade ao longo dos 5 anos que passei trabalhando na creche. Uma senhora idosa que costumava sentar na frente de sua casa na mesma hora todos os dias para aproveitar o vento, ver a paisagem e quem passava.

Com o passar do tempo nós duas percebemos que uma sempre passava e a outra sempre estava ali sentada... Então passamos nos reconhecer com um sorriso que passou a um cumprimento dando lugar com o dias, semanas, meses, anos, ao habito de papear. Nas minhas férias da faculdade nós chegamos a ver o sol se por em meio a nossa conversa e isso era muito bom.

Amor, crianças, saúde, vontade de viver eram temas recorrentes em nossas conversas. Aos poucos nós fomos contando uma a outra a nossa vida, nossos dilemas, problemas, buscas por soluções, sonhos, doenças e curas, amores bem sucedidos e mal sucedidos também.

Eu confesso que nunca conheci ninguém com mais amor a vida que essa minha amiga cujo nome eu não conto porque nunca perguntei! Cinco anos de papo e nós nunca nos preocupamos de perguntar coisas uma a outra, a conversa fluía tão naturalmente que nem ela jamais perguntou meu nome nem eu o nome dela.

Minha amiga está além dos 70 e convive com todos os males da idade, tomando medicação diariamente, seguindo uma dieta rígida sem açúcar, sem sal, sem gordura, sem nada, e ainda assim com animo, gostando de viver, achando que vale a pena o estrago. Sem se lamentar pelas dores que se foram ou pelas as que vieram, sendo ainda capaz de sentar na frente de casa para ver o tempo passar em um fim de tarde.

Sei lá, aquele muro alto cercando a casa de minha amiga me causou um certo mal estar. Me fez pensar nos  muitos muros que existem em nossa volta aos quais esse se soma pesadamente, ao menos para mim.

Acabei lembrando dos versos de Robert Frost que aprendi com um dos meus companheiros de virtualidade, o Rafael, "Alguma coisa existe que não aprecia o muro" e nessa lembrança acabo pensando que, talvez, boas cercas não façam bons vizinhos. Acho que boas cercas fazem apenas bons estranhos.

Digam o que disserem sobre segurança ou insegurança, privacidade, cães selvagens, terrores noturnos ou o inferno e suas legiões, talvez se aquele muro estivesse ali há seis anos atrás eu não tivesse conhecido uma das personagens que mais marcaram a história dos meus 20 poucos anos e seria um ser humano muito mais pobre.
________________

P.S.: A proposito de muros, acabei de lembrar de um texto de Neil Gaiman e Dave Mckean que li em Sinal e Ruido, para quem gosta eu deixo aqui...


Vier Mauer
Neil Gaiman e Dave Mckean

ABERTURA

"Alguma coisa existe que não aprecia muro."
Robert Frost escreveu isso, mas também
sugeriu no mesmo poema, "Muro Remendado",
que "Boas cercas fazem bons vizinhos",
então o que podemos dizer?


A PRIMEIRA PAREDE

Tento imaginar quem construiu a primeira
parede. O que ele tinha em mente. Ou ela.
Proteção? Privacidade? Ou outra coisa.

Construímos nossas civilizações com
paredes, que nos dão abrigo e fortaleza.
Mantêm distantes "os outros": as
intempéries, os animais selvagens,
as pessoas que são diferentes. Ao nos dividirem, as paredes nos definem.

As paredes separam as pessoas;
e não só as paredes que construímos.
Talvez as mais assustadoras sejam aquelas
que somos capazes de ver, mas
em cuja existência acreditamos.

A SEGUNDA PAREDE

Eu tive um sonho a respeito disso quando
era pequeno.

No meu sonho havia uma nota, uma nota
musical, um som; e quando ela era tocada todas
as paredes começavam a ruir. E todas as pessoas
de todos os lugares podiam ver...

Podiam ver umas as outras, fazendo as coisas
que as pessoas fazem entre quatro paredes,
Ninguém tinha mais onde se esconder.

Então acordei, e nunca soube se não ter nenhuma
parede era uma coisa boa ou ruim. Não ter onde
se esconder, poder ir a qualquer lugar; sem
fingimento, sem proteção, sem segredos.

A TERCEIRA PAREDE


Disseram-me que a Grande Muralha da China é a única construção
humana na superfície da Terra que pode ser vista do espaço.

Eu nunca vi a Terra do espaço. Não conheço ninguém que tenha
feito isso.

Só vi as fotografias.

Disseram-me que, daquela distância, é muito difícil diferenciar um
país do outro. Era de esperar que eles fossem coloridos, como nos
velhos mapas da escola.

Assim todos diferenciariam.

A QUARTA PAREDE


Quando ouvir dizer que o Muro de Berlim caíra, minha primeira reação foi de
alívio; mas então eu pensei: e se existisse uma jovem que passou anos - metade de
sua vida - pintando naquele muro?

Pintando uma mensagem, ou uma imagem.

Se todas as manhãs ela se levantasse bem cedo, fosse até lá e pintasse um ou
dois traços no muro. Todos os dias, na chuva, no frio, as vezes até no escuro.
Era o seu grito contra a opressão. Seu protesto contra o muro.

Ela estava quase terminando quando o muro foi demolido.
As pessoas poderiam ir e vir livremente. O muro contra o qual ela protestava
não existia mais, assim como sua criação, desfeita em pedaços, vendida a um
colecionador particular.

Tento imaginar como ela se sentiu. Espero que não tenha ficado desapontada.

Eu teria ficado.

ENCERRAMENTO


Talvez devêssemos olhar além das paredes.

Escutem: pintores, escritores, músicos, cineastas e grafiteiros que pintam
frases que brotam como flores luminosas nas laterais de construções
abandonadas - todos vocês.

Existe uma quarta parede a ser demolida.
Governos e autoridades vivem afirmando que boas cercas fazem bons
vizinhos, e aumentam a vigilancia nas fronteiras em um esforço para nos
deixar felizes da maneira como estamos.

Mas alguma coisa existe que não aprecia o muro, e seu nome é
humanidade.