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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Diferenças que deviam separar, no entanto...

Penso  que nesse pequeno globo azul girante que chamamos de Terra, mesmo que  ele seja majoritariamente coberto por água, existe coisas tão diferentes, mais tão diferentes que o concilio muitas vezes parece impossível. Parece, parece mesmo, mas não é.

Eu lembro quando a Ana me mostrou pela primeira vez uma canção cantada pelo Cesar Passarinho, foi bem após ela ter me enviado um caderno e um CD de músicas instrumentais. Eu tinha me apaixonado pela canção clássica "Milonga para as missões" tocada pelo Renato Borghetti e ela me mostrou um vídeo no qual ele novinho acompanhava o Passarinho cantando GuriFoi amor a primeira  nota, porque nesse vídeo antigo eu não consegui ver nada muito bem rsrs...

O Renato foi totalmente eclipsado pela interpretação gloriosa do Passarinho que me levou as lágrimas, sou uma molenga emotiva. O fato do homem cantar em legitimo gauchês canções que representam uma cultura tradicionalista totalmente diferente da minha (sou recifense suburbana de raiz) não me separou do Passarinho porque o jeito emotivo dele se uniu ao meu. E a diferença eu resolvi pesquisando, ouvindo e ouvindo novamente, tentando entender mais e melhor o mundo no qual ele viveu, amou e até creu, para poder compreender mais e melhor sua forma unica de dar vida as letras e canções feitas para ele por outros homens igualmente geniais.

A medida que conheço esse homem passo a gostar mais dele e a culminância da paixão me fez encomendar um caderno com a imagem do meu nego querido e letras das cações cantadas com tanta emoção por ele e a Ana fez para minha pessoa esse caderno. Aliás, a Ana sempre tem me ajudado a conhecer mais e melhor a cultura gaúcha, foi ela quem me presenteou a um tempo atrás, e de uma forma irritantemente linda, com um volume de "Contos Gauchescos e Lendas do Sul" do Simões Lopes Neto.

O "Contos Gauchescos" é uma coleção de histórias contadas (talvez até vividas) pelos gaúchos do fim do século XIX e inicio do século XX. É um livro lindo, merece um post só para ele, mas devido a linguagem do livro, para mim ele tem sido de leitura complexa. Estou cem anos separada do mundo do Simões Lopes, pertencemos a partes muito diferentes do Brasil, vivemos e ouvimos vidas muito diferentes, temos trajetórias de vida difíceis de conciliar.

E no entanto... eu me pego ouvindo/lendo o Simões passar parágrafos e parágrafos descrevendo as mudanças de tons do céu ao entardecer, a beleza das Três Marias e observar esses detalhes é coisa tão tipica de mim que com todas as experiencias que nos separam finalmente me vi unida a esse homem distante no tempo no prazer de apreciar e descrever o esplendor do céu em fim de tarde e a grandeza das constelações noturnas.

As diferenças que nos separam de repente tornam-se insignificantes frente ao que nos une... E a vida flui em torno de quebra de preconceitos e estereótipos fraquinhos e fortes.

E essas reflexões surgiram a parti de um post feito pela Ana hoje de manhã. Essa nega contou lá no Gurias Arretadas de como ela se viu lendo um cordel gaúcho e eu achei tão bonito ver essa literatura (que não foi criada no nordeste, mas da qual o povo do nordeste do Brasil se apropriou, mexeu, remexeu, transformou e fez sua, fez nossa) contando uma história do sul que não resistir a esse registro.

Achei linda essa experiencia da Ana transformada em post e escrevi outro post só para dizer que acho fantástico quando diferentes se aproximam, quando tudo o que devia se separar se une, quando as pessoas se esforçam para entender as histórias dos outros e construir a partir desse entendimento uma nova história.

Deixo o link para o post da Ana:


quinta-feira, 15 de março de 2012

Todo menino é um Rei...


Outro dia em meio aos comerciais de televisão eu escutei a música cujo e a letra me fez pensar: "Todo Menino É Um Rei" na voz de Roberto Ribeiro, me peguei pensando dos meus pimpolhos da creche, do meus sobrinhos, de Vinícios, sobrinho de Aline.

Eu brinco que Vinícios é um amor conquistado, lembro que quando ele era menor ele fechava os olhinhos quando me via e se encolhia... Outro dia estive na casa da avó dele e ele olhou assim para mim, mediu a distancia e pulou certeiro em meu colo.

Coisa linda esse pequeno! É mesmo um Rei! Realmente olhando para as lembranças vivas de nosso  último encontro só posso confirmar a idéias: "Todo menino é um Rei!" e Vinícios tem uma corte grande viu, Aline só falta morrer; a Mãe dele então nem se fala, filho único; para completar tem a Avó e o Avô corujas \o/ e mais uma tia consanguínea e o esposo dela e claro por ultimo eu que adotei e fui adotada por ele,  nesse caso acho que a adoção foi mutua \o/


É claro que eu gosto das meninas, elas conversam com você, tão atentas a tudo o que se passa, inteligentes, fofas, lindas desde sempre... Mas confesso que meu fraco, e minha paixão são mesmo os meninos com sua energia sem fim, alegria, força, a forma como eles pulam em cima de você e ficam confortáveis no seu colo. Eles não deveriam crescer... Se eu pudesse mandaria a todos para a "Terra do Nunca..."!


Mas, lamentavelmente não há "Terra do Nunca", também desconfio que eles não querem isso, os meninos tem pressa em crescer, sempre desejam ser homens rápido, logo, correndo... Lembro de um pequeno de meus dias de creche que no auge dos seus três anos olhou seriamente para mim e disse: "Sou homem Tia!" eu lembro também que agarrei ele com meu jeito nem um pouco delicado, cheirei bastante, fiz cocegas, fiz ele ri, ri com ele... Mas nunca conseguir tirar da cabeça dele a ideia de que ele já era um HOMEM. Uma pena!

É certo que todos os meninos viram homens, da mesma forma que as meninas viram mulheres, é o destino deles, é o correto e para isso que lhes educamos, mas não precisava ser rápido néh?! Até porque uma vez homem sempre homem, não se dá para fazer o relógio girar ao contrário. Porém, de muitas formas, penso serem verdadeiras as palavras do Roberto Ribeiro:

"... menino sonha demais
Menino sonha com coisas
Que a gente cresce e não vê jamais.."

Espero que para os meus meninos não hajam muitos sonhos desfeitos, que eles cresçam e sejam felizes, espero e oro para que cresçam lindos e fortes, que se tornem Homens de direito e de fato.

Mas por favor tempo seja lento!!! Que eles cresçam bem devagarinhoooo, que eles pulem em cima de mim por muito tempo; que eu possa ir muitas vezes a praia com Aline e Vinícios, que Eick caiba nos meus braços, que Arthur continue gostando de braço e colo e Ramon se sinta a vontade para se jogar na minha cama... E mesmo quando eles crescerem, continuem gostando dos meus meus abraços e cheiros... Isso não é pedir demais, ou é?!?!

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P.S.: Eu escrevi esse post e deixei ele na gaveta, mas recentemente a Ana Seerig, essa menina velha querida, me enviou o link de uma coletânea de música do lindo Cesar Passarinho, entre as música estava a lindíssima "Não Há Pandorgas No Céu". Essa canção me fez ter vontade de tirar esse post da gaveta, gostaria de encontrar um vídeo, infelizmente não achei, mas deixo um dos versos que condizem com o que eu penso que ocorre quando meninos crescem fora de tempo:

"... Se quebra a vida em pedaços
As horas correm vazias
Sem travessuras e abraços"